Neste artigo, abordar um tema que algumas pessoas conhecem, nomeadamente que é da área do Desgin, e o tema é Design Thinking.
Neste artigo trago a ponta do iceberg de conhecimento sobre o Design Thinking, para você entender um pouco mais do seu conceito, para que serve e uma das maneiras de utilizá-lo, a fim que você inicie os estudos e dê os primeiros passos nessa abordagem e modelo de pensar o design.
Como surgiu o Design Thinking?
Em meados dos anos 2000, o Design Thinking começa a ganhar mais reconhecimento no mercado internacional, mas, ele já era implementado nas décadas 50 e 60 mesmo que ainda não tivesse o nome de Design Thinking. É possível encontrar trabalhos de vários designers e profissionais de outras áreas que contribuíram para o design thinking como o conhecemos hoje. Nomes como Buckminister Fuller, Herbert Simon, Victor Papanek, Horst Rittel e Melvin M. Webber, entre outros, foram importantes para o “pensar design”.
“Um designer é uma síntese emergente de um artista, inventor, mecânico, economista objetivo e estrategista evolucionário.”
BUCKMINISTER FULLER
O Design Thinking como ficou mais conhecido e aplicado em diferentes empresas e projetos, foi cunhado por Tim Brown e David Kelley, ambos designers e fundadores da empresa IDEO (empresa internacional de design e consultoria em inovação), onde eles começaram a aplicar essa nova abordagem, já em 1991.
Durante os anos seguintes, a IDEO teve o êxito de convidar várias pessoas altamente influentes e experts de diferentes áreas, desde antropologia até administração de negócios, para estudar design thinking.
Aliando o conhecimento teórico da academia com a efetiva prática do design, a ideia era criar times multidisciplinares para aumentar e qualificar as suas equipes e processos de design.
A IDEO ganhou reconhecimento e com isso eles conseguiram disseminar essa abordagem. Termos como design thinking e design centrado no ser humano, ganharam popularidade, tanto entre designers quanto entre profissionais de outras áreas. Programas educacionais foram lançados, como na d.school e também em outras universidades prestigiadas de todo o mundo.
O que é o Design Thinking e para que serve?
Se você é da área do Design seja ela qual for, provavelmente já ouviu falar em Design thinking? O Design Thinking não é uma metodologia, mas sim uma abordagem de como devemos fazer algo para atingir o resultado/os esperados.
A abordagem utilizada tem diversas maneiras de a utilizar e diferencia-se de tantas outras, pois, ela não está propriamente focado no produto ou serviço em si, mas sim no utilizador desse produto ou serviço de quem o irá consumir. Por esse motivo, leva em consideração as questões do público, do negócio e da tecnologia.
Sendo assim, este tipo de abordagem ajudará ao designer, e outros que estejam a utilizar o produto de modo a criar soluções adequadas ao problema em questão, focando-se sempre na pessoas que o iram usar, além de problemas como comunicação visual, acesso, usabilidade, propostas de valor, para melhorar estados e situações.
Mas engana-se quem acha que esse design é utilizado somente no design propriamente dito! O Design Thinking pode ser aproveitado no âmbito empresarial, organizacional etc.
Há muitas pessoas que não são designers que falam muito sobre este tema, pois não se trata apenas de design muito menos de visual design, e sim de uma forma mais eficiente e eficaz de criar soluções para os problemas que estão em mãos, sejam eles de projetos relacionados a designer ou não.
A abordagem Design Thinking utiliza de uma visão sistemática de um projeto levando em consideração 3 pontos fundamentais que são: desejabilidade, tecnicalidade e viabilidade.
- Desejo
Quantos utilizadores querem aquilo e qual o desejo em relação ao produto/serviço. Qual a finalidade? Será útil e de qual maneira? Para isso pode-se se fazer algumas perguntas, como: Será que existe alguém que procura por isso? Se sim, por quê? Como? Será que as pessoas gostariam disso? Gostaria de usar? Qual o benefício que elas podem obter com esse projeto?
- Tecnicidade
Viabilidade do projeto em termos de tecnologia. Para isso pode-se fazer algumas perguntas, como: É tecnicamente possível criar o que estamos a propor? Quais as tecnologias que serão envolvidas? Do que é preciso do ponto de vista técnico para publicar o projeto?
- Proposta de Valor
Viabilidade do projeto em termos de valor gerado. Para isso pode-se se fazer algumas perguntas, como: É possível comercializar o projeto? As pessoas pagariam por isso? Quanto o usuário estaria disposto a investir nisso? Existe algo parecido no mercado?
Estes pontos são as partes fundamentais para o desenvolvimento/criação do projeto, e devem ser discutidos e avaliados por todos os membros envolvidos.
Os 3 pilares de abordagem
O sucesso do Design Thinking está na maneira que você aborda e adapta-se ao problema, para determinar a solução. Não existe um caminho exato para o desenvolvimento ou criação de uma solução, isto é, a maneira de como você resolve um problema.
Entretanto, existem 5 passos essenciais, que independente do seu entendimento, devem ser seguidos. Mas antes de tudo, você deve ter em mente que para o design funcionar, você deve entender os 3 pilares da abordagem:
- Empatia
A empatia está relacionada ao atendimento do próximo, de modo a imergir no problema do próximo sem pré-julgamento e sem pré-conceitos. Eu costumo, considerar isto de problema prático de modo a mergulhar de cabeça no problema.
- Colaboração
A colaboração está relacionada ao modo de como as pessoas interpretam o mesmo problema. Ou seja, um problema perante várias pessoas tem várias formas de serem interpretadas, e também tem várias formas de o moldarmos, assim, como várias formas de solucionarmos. Dessa maneira, o Design Thinking é um trabalho de equipa, e de uma equipa multidisciplinar, para que as soluções sejam pensadas por diversas pessoas com culturas e ideias diferentes e assim podendo-se potencializar e encontrar o melhor caminho para a solução.
- Experienciação
A experienciação está relacionada ao modo de como as pessoas se adaptam-se a ele (produto), de modo a colocar em prática tudo que fundo idealizado e planeado, esperando-se que seja funcional.
Esses pilares são fundamentais dentro do Design Thinking e todos os passos a seguir estão inclusos dentro desses pilares.
5 passos essenciais do Design Thinking
- Observação
Significa se colocar no lugar do outro, despir-se de pressupostos e compreender o contexto e ações do outro, acolher, assimilar e acomodar perspetivas alheias.
- Definição
Tendo toda a informação em relação ao ponto anterior. Agora é fase de definir, o problema e a sua solução mais adequada.
- Idealização
Como já o próprio nome já diz, é altura de por em prática todas as soluções pensadas do problema. Para isso, você pode utilizar as ferramentas de brainstorming para trazer ideias de como colocar em prática.
- Prototipagem
Escolher uma ou algumas ideias (aqui é que costumam entrar os post-its, que ajudam o grupo a organizar e selecionar as ideias mais recorrentes ou mais interessantes) e criar protótipos. Pode ser um desenho, uma maquete feita com caixas velhas, fita crepe e/ou formato digital, algo que simule o produto final.
- Teste
Agora é hora de experimentar os protótipos e escolher o que faça mais sentido.
Conclusão
Você viu ao longo deste artigo quão benéfico pode ser aplicar essa abordagem. Mas devo alertar sobre uma coisa: esta abordagem não se trata de uma poção mágica para resolver todos os seus problemas de design.
O Design Thinking é ótimo, mas não é a solução para tudo. Essa abordagem e modo de pensar está aqui mais para guiar, ou seja, ser um facilitador. Nesse sentindo, essa abordagem busca acima de tudo te ensinar sobre o que é o projeto que você está a trabalhar. É uma abordagem que trabalha acima de tudo com o entendimento e pensamento prático do projeto.
Fontes: